Um ciclo de Unesp a Unesp...



... com muita coisa incrível no meio!

                      Aluna da Unesp. No Laboratório de Rádio em 1997

Cada etapa (e sonho) em seu tempo. Primeiro, o vestibular em que eu tanto queria passar: Jornalismo, na Unesp. De tanto amar estudar, cursei duas faculdades juntas. No meu início como unespiana, senti-me um pouco E.T. por ser a única “da terra” na turma, e não podia “telefonar minha casa” por já estar nela. Ou no trânsito; era a fase dos muitos ônibus circulares, cansativos e caros, sem direito a passe integração ou desconto estudante. O Brasil, na UTI pós inflação, era bastante complicado. O Brasil tivera o Collor; Bauru tivera o Izzo. Circunstâncias. Eu, que tinha brincado de Diretas Já na infância, esperava por um país melhor para viver, mas acreditava mesmo era em arregaçar as mangas e fazer a minha parte. Coração de Estudante. Acho que vinha daí o ideal de ser jornalista: "um, dois, três, quatro, cinco mil, vamos eleger o Presidente do Brasil!".

Realizando o sonho de cursar Jornalismo, encontrei mais: amigos queridos e o amor com cujos olhos quis me encontrar no infinito ou em Porto Rico (cantarolando Chico). Também encontrei a paixão pelos estudos de linguagem (as aulas do Manoel...) e com ela a construção de novos sonhos, como o de estudar no IEL-Unicamp.

Concluí o trabalho final (eu não era ligada em siglas e não o chamava de TCC) enquanto elaborava um outro projeto para o mestrado. Aprovada nas provas, fui estudar no IEL e lutei pelo orientador que eu queria, porque TINHA que ser ele, o Sírio (para algumas coisas, sempre fui muito teimosa). A fase Campinas-Expresso-de-Prata-Bauru foi de crescimento, de ampliar horizontes. Mestre! 

O primeiro e o segundo empregos tinham vindo aos 18 e aos 19 anos. Gostava do segundo: corrigir redação em colégio, mas o deixei para estudar melhor (a rebeldia de querer mais, pagando um preço pessoal pelo sonho maior, que só será compreendido a longo prazo). Antes disso, dei umas aulas esporádicas de matemática por aí: era a matéria de mais dificuldade da meninada. Depois de formada em Letras, fui professora de redação no ensino médio, apenas por um ano. Ao final do mestrado, fui temporária na Unesp, onde tive alunos queridos e a certeza de querer continuar.  Prestei o doutorado, mais uma vez na Unicamp, e segui o necessário caminho até a defesa da tese. Doutora! (não exatamente num passe de mágica...)

Durante o caminho, casei com o namorado da faculdade, na pequena e bela capela da outra universidade em que também estudei, a USC. Eu, doutoranda; ele, repórter do JC. Na busca de um emprego fixo como jornalista, conheci o povo mais alto-astral de Bauru. Cursei o doutorado atuando no mercado de revistas, do que me orgulho. Assim que defendi a tese, retomei também a docência, desta vez na USC, onde também tive alunos queridos. Driblando o medo de avião, fiz intercâmbio na Noruega e conheci outros pedacinhos do mundo (e ainda há tantos sonhos. Meu liquimix.).

Até que... fui aprovada em primeiro lugar em concurso para professora e pesquisadora efetiva da Unesp. Junto com o resultado, viria a oportunidade de trabalhar ensinando e aprendendo, entre árvores, juventude e fé, alegria e muitos sonhos, na mesma Unesp em que desejei estudar.

Levo tudo comigo do que vivi até aqui: aprendizado, experiência, amizades. Até os tropeços desastrados, pois estes também nos ensinam, tanto quanto os livros (né, Caetano?). Vou, agora, iniciar um novo e importante momento em minha trajetória profissional, que é como o vestibular: apenas o começo de muito mais que virá. E consequência de tudo que foi amadurecido até então (de preferência, sem perder a ternura).

E que venham mais alunos fofos para fazer parte desta jornada. Calouros e veteranos vão iniciar este novo ciclo comigo. 

                           Retornando como professora efetiva em 2013

 Sou lifelover. Sou grata à vida e quero continuar aprendendo a cada dia.



“Era uma história estranha
Que eu sempre quis decifrar
Mas hoje conto sem pensar
Que a explicação que eu sei que se não há
Sobra luz nesse caos de paixões”
(Oswaldo Montenegro)
 

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