Meu potinho de flores
Na verdade, é um potinho de pétalas. Pétalas de flores graciosas de momentos doces da minha vida. Começou com pedacinhos do meu buquê de noiva. Uma a uma, novas pétalas foram surgindo em aniversário de vida, de casamento ou num dia qualquer, surpresa meiga. Sempre vieram acompanhadas do carinho do Ronaldo.
Gosto de flores, apesar de achar triste o fato de que elas murcham. É a vida. E o potinho foi um jeito que encontrei de guardar um pouco delas, consciente de que as melhores lembranças estão ali dentro dos meus pensamentos. Esse potinho também me lembra uma metáfora de vida, cultivo de amor.
Já que falei de como foi meu casamento no post anterior e, aqui, continuo a falar de amor, seguem mais algumas palavras memoráveis do Padre Beto.
Citando trechos marcantes da I carta de João ("Amemo-nos uns aos outros"; "Quem não ama não chegou a conhecer a Deus, porque Deus é amor."), Padre Beto chama atenção para uma ideia significativa: "Ninguém jamais viu a Deus". Muito tempo se pode gastar tentando entender o que é Deus (ou quem é, se é o não é...). Independentemente de crenças, Deus existe discursivamente, há o repertório de Deus na sociedade. Mas, para muito além disso, Padre Beto, naquele dia especial, nos chamou a atenção para o fato de que, se não podemos ter a vivência visual de Deus, "somos capazes de experimentá-lo através da experiência do amor", de modo que o amor nos aproxima de Deus, independentemente de sabermos defini-lo (seria "Lo", mas creio que não seja respeito linguístico o que falte a este mundo). "Deus, através da experiência concreta do amor entre duas pessoas, começa a fazer presença entre nós", diz Padre Beto. Entre outras palavras:
"Cuidem do amor que surgiu entre vocês. O amor vai precisar de tempo, de um local exato. Deverão dedicar um espaço e um tempo ao sentimento que surgiu entre vocês".
Cuidamos, assim como do potinho de flores, mesmo precisando driblar a falta de tempo.
"Casar não é somente amor. É também sinal de coragem, de fé na vida."
Padre Beto teve a delicadeza de celebrar por nós uma cerimônia realista, "antenada", poética, sem resquício de machismos. Mesmo assim, ficou uma brincadeirinha entre nós (Ronaldo e eu). Há um trecho padrão a ser lido que fala sobre a esposa "adornar o lar". Vez ou outra, Ronaldo me traz, então, uma florzinha para adornar o lar junto comigo. E, justamente por ter muitas atividades fora de casa, por não ser uma obrigação ficar em casa, adoro quando tenho um tempinho (raro) para... não necessariamente adornar, mas curtir o lar.
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