Hibisco Roxo e a magia da leitura
Silenciosa. Assim é a doce Kambili, nigeriana de 15 anos. O silêncio de quem não quer incomodar a imperfeição do mundo ou, em outras palavras, não quer perturbar o mundo com suas feridas e sussurros interiores. Kambili é de família rica ( como assim, rico tem sofrimento? ). Seu pai é benfeitor querido do povo, reconhecido omelora , Aquele que Faz pela Comunidade. Enquanto Papa fazia pela comunidade, o avô, pai do Papa, andava desnutrido e de shorts puídos, já que não merecia benfeitoria por ser “pagão”. Pagão ou tradicionalista, porque tudo sempre tem ao menos dois lados e diversos matizes e, para tristeza de Deus, crença cega sempre trouxe desavença. O Papa também batia na Mama – espancava, na verdade, cenas que a narradora descreve de modo tão sutil que eu, leitora, quase chego a pensar que minha interpretação está equivocada, que estou imaginando demais. Será possível? De onde minha mente levanta essa cruel hipótese? (Pausa para reflexão. Havia lido uma reportagem em revi