A Aula de Barthes
Saudade de estar em sala de aula com meus alunos. Tempos de quarentena. Nesse momento em que não é possível, pensei em palavras de grandes autores que eu pudesse compartilhar - com meus estudantes e com a vida. Lembrei-me desta famosa “Aula” de Roland Barthes, mais um clássico para os estudos de linguagem. No último texto, apontei que Saussure já previa a “luta de sentidos” como inerente à linguagem. Barthes, aqui, fala em “Vozes ‘autorizadas’, que se autorizam a fazer ouvir o discurso de todo poder: o discurso da arrogância” (p. 11). Um texto belíssimo, uma lição de humildade e uma astúcia: já que a língua tem esse ‘defeito’ (de não ser precisa, de provocar sentidos múltiplos, de despertar lutas de sentidos), para Barthes, o que podemos fazer, é “jogar” com ela: “porque é no interior da língua que a língua deve ser combatida, desviada: não pela mensagem de que ela é o instrumento, mas pelo jogo das palavras de que ela é o teatro” (p. 17). Para mim, o que há de mais bon