Réquiem à mesóclise
A mesóclise morreu.
Só para citar um exemplo, veja este trecho:
"O nome do chefe: Joseph Ratzinger, que 9 anos depois se tornaria o papa Bento 16."
(Trecho de matéria da Superinteressante, "Um papa em apuros", ed. 278, maio/2010, p. 18)
O leitor pode observar: é uma opção da Editora Abril. Não é que os jornalistas desconheçam aquela regra dinossáurica, segundo a qual o pronome deveria vir no meio do verbo conjugado no futuro do presente ou do pretérito (tornar-se-á; tornar-se-ia). É que, simplesmente, tal colocação pronominal não soa bem aos ouvidos de nosso século (se é que soavam no século XX).
Ainda utilizamos a mesóclise, especialmente em artigos acadêmicos - para algum leitor conservador não pensar que "o autor desconhece a regra". Mas, hoje, ela é simplesmente um purismo. Não precisamos ter medo de sepultá-la, deixar que descanse em paz. Não precisamos de artifícios, de saídas pela tangente do tipo "vai se tornar"; "irá se tornar"; "iria se tornar" - formulinhas de escape que significam: "olha, mesóclise é feio, mas eu sei que aqui deveria usar uma".
Reitero que não opino sobre assuntos que eu desconheça. Não é o caso do tema linguagem.
Só para citar um exemplo, veja este trecho:
"O nome do chefe: Joseph Ratzinger, que 9 anos depois se tornaria o papa Bento 16."
(Trecho de matéria da Superinteressante, "Um papa em apuros", ed. 278, maio/2010, p. 18)
O leitor pode observar: é uma opção da Editora Abril. Não é que os jornalistas desconheçam aquela regra dinossáurica, segundo a qual o pronome deveria vir no meio do verbo conjugado no futuro do presente ou do pretérito (tornar-se-á; tornar-se-ia). É que, simplesmente, tal colocação pronominal não soa bem aos ouvidos de nosso século (se é que soavam no século XX).
Ainda utilizamos a mesóclise, especialmente em artigos acadêmicos - para algum leitor conservador não pensar que "o autor desconhece a regra". Mas, hoje, ela é simplesmente um purismo. Não precisamos ter medo de sepultá-la, deixar que descanse em paz. Não precisamos de artifícios, de saídas pela tangente do tipo "vai se tornar"; "irá se tornar"; "iria se tornar" - formulinhas de escape que significam: "olha, mesóclise é feio, mas eu sei que aqui deveria usar uma".
Reitero que não opino sobre assuntos que eu desconheça. Não é o caso do tema linguagem.
Respeito sua posição graduada e entendo o quanto as características linguísticas formais, ou mesmo arcaicas, são tidas como desnecessárias à diálogos cotidianos induzidas principalmente pela massificação e empobrecimento dos recursos de linguagem por veículos de disseminação de informação, portanto o que ocorre é o não conhecimento público do uso correto da língua portuguesa. Ressalto que contemporaneamente em concursos e outras formas de avaliações as regras gramaticais são fundamentais e indispensáveis. Em caráter particular acredito que se individuos públicos ou que tenham influência pública utilizassem corretamente a línguagem, e não somente na forma não culta, a população seria atingida cotidianamente e em vias críticas futuras poderia usar como recurssos familiares e não distantes. Concordo que todos temos o direito e o dever da autonomia para com situações que elevem e deem sentido às particularidades de assuntos interessantes, revelando deste modo nossa criticidade e conhecimento. Quanto a minha graduação, não há como equipará-la a sua, pois, por hora, sou estudante de pedagogia, 3º período da unirio, entretanto, espero que entenda que esta particularidade não diminui meou amor pela língua portuguesa e seu bom uso. Amo ler, sou parte de um grupo de artes contemporânea e ocupante da 8ªcadeira da academia de artes, ciências e letras do Ienf, tenho 19 anos infelizmente não gozo de tantas qualidades acadêmicas gostaria muito de continuar a corresponder-me com você, parabéns por seu blog
ResponderExcluirAbraço grande,
Jesyka
Fico feliz com a participação de uma leitora tão interessada em linguegem, Jesyka. Se já é assim com 19 aninhos, é sinal de que vai longe! Espero que visite mais vezes o Liquimix. Abraços.
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