Cenacolo Vinciano - um tour para ver Da Vinci
Na quinta-feira, em Milão, recorremos a um tour por meio de uma agência para ver o famoso Cenaculo Vinciano.
A compra de ingressos para o Cenacolo pode ser feita pelo site, porém com muita, muita antecedência e uma dose de sorte, já que o número de visitantes é restrito. Por mais que eu tenha planejado a viagem, não conseguimos para os dias necessários. Então, melhor a opção da agência do que ficar sem a visita.
Avaliação da agência Zani Viaggi (Live Milano)
Para ter acesso ao Cenacolo, a agência exige que você compre um tour completo (chamado Grand Tour Milano), que pode ser interessante para situar o visitante em Milão num primeiro momento. Não precisávamos necessariamente dessa orientação, pois já havíamos nos situado bem no pedacinho entre o Duomo e o Castello. No entanto, sou do tipo que prefere ver o lado bom: sempre há uma ou outra informação a mais.
Agora, o que chateou mesmo foi o tratamento na agência. Fomos lá na quarta-feira para reservar o passeio para a quinta. Cheguei perguntando sobre o tour e a funcionária, com a maior carranca do mundo, simplesmente me disse: "it is sold out". Ok, está esgotado. Perguntei: "for all the week? . Ela simplesmente continuou com a mesma cara de "não me enche o saco". Percebendo a má vontade dela, mas não querendo desistir do Cenacolo, apontei no folder o passeio do dia seguinte (que incluía guia em inglês e português) e ela disse que havia disponibilidade e vendeu os ingressos, com a mesma má vontade. Absurdo, não? A gente paga para ter esse tipo de tratamento. Ainda tentei me informar melhor sobre o roteiro, mas ela simplesmente apontou no folder a lista dos lugares a serem visitados, em português. Santa Maria da Graça!!! Ela julgou que eu não soubesse ler os nomes dos lugares em inglês? Caberia a ela julgar? O que eu queria era uma informação complementar, não a lista de lugares. Queria saber, por exemplo, quais locais incluíam visitação interna e quais veríamos só por fora.
Na área de comunicação, em que atuo, a gente costuma dizer que isso é péssimo atendimento ao cliente. Quem sabe se a agência soubesse que tem atendentes assim poderia tentar melhorar.
O Grand Tour Milano custou 65 Euros por pessoa. Para comparação, no ingresso do Cenáculo, consta o valor de 6,50 Euros. Como é difícil para um pobre mortal adquirir o ingresso, quem ganha é a indústria das agências.
Os detalhes que não informaram pessoalmente, conto a seguir.
Sobre o passeio
Como disse, sou do tipo que prefere focar no lado bom.
O tour foi de ônibus com guia dando informações em inglês e português. Ao contrário da atendente do balcão, a guia era simpática e informada. Como o grupo era grande, utilizávamos um rádio.
A primeira parada foi na Galleria Vittorio Emanuelle, onde a guia contou algumas curiosidades, como a do ritual do touro (que eu já havia feito no primeiro dia). Deu-nos 15 minutos para conhecer o interior do Duomo, o que aproveitamos para fazer. A entrada no Duomo é gratuita, mas pagamos uma pequena taxa para obter a pulseira que dá direito a fotografar o local.
De lá, fomos a pé ao Teatro Scalla, que fica do outro lado da Galleria, oposto ao Duomo. O teatro corresponde à fama de surpreender: não diz muito por fora, mas é bem bonito por dentro. A parada no teatro incluía visitação interna, com acesso ao museu, o que foi bem legal.
Depois do Teatro, seguimos para o Castello Sforzesco, somente por fora (essa era uma dúvida que eu gostaria de ter tirado no momento da compra do pacote, se incluía o ingresso para acesso interno. Não inclui.).
Enfim, o tão esperado momento de ver de perto o Cenacolo Vinciano.
O que há de tão especial em ver a pintura mais conhecida como "Santa Ceia" é que você a encontra no local para onde ela foi feita: na parede do antigo refeitório dos monges dominicanos. Ela é imensa, ao contrário da pequena Mona Lisa do Louvre - o que, para mim, é divertido, já que, por alguma razão, na infância, gravei na imaginação uma Mona Lisa grande e uma Santa Ceia pequena :) provável influência das representações da Santa Ceia nas casas de família. Quanto à Mona Lisa, coisa da imaginação, mesmo.
Quem dera soubessem, na época, que a obra seria tão famosa. Como a pintura foi feita atrás da quentura da cozinha - ai ai ai - uma das mais célebres obras de toda a humanidade correu sérios riscos quanto à sua preservação.
Não me cansei de passar um bom momento observando-a, bem como seus detalhes, a exemplo das mãos pintadas por Da Vinci.
Influenciada pelo filme O Código Da Vinci, não pude deixar de achar João com cara de menina. E também estava curiosa para espiar de perto a cara traidora de Judas.
Concordo com meu amigo Rodrigo Piscitelli sobre a emoção desse encontro com Da Vinci (indescritível, mas que ele bem narra aqui). Eu estava tão ansiosa para ver a obra que não prestei atenção nas tantas portas de acesso, mas, como meu amigo, voltei o olhar ao final para despedir-me da imagem e gravá-la o máximo possível em minha mente.
Sobre o local ser simples para tão rica obra, parece-me uma feliz coincidência que só a valoriza.
Não é permitido tirar foto no local (e de nada adiantaria mesmo, uma foto não se compara à obra original). É tanta expectativa por Da Vinci que a pintura a sua frente fica ofuscada, mas também é interessante: The Crucifixion, de Donato Montorfano.
Claro que eu trouxe o livro sobre o Cenacolo, na esperança de encontrar algumas horas para estudá-lo mais a fundo.
* * *
Texto: Érika de Moraes
Fotos: arquivo pessoal de Érika & Ronaldo
A compra de ingressos para o Cenacolo pode ser feita pelo site, porém com muita, muita antecedência e uma dose de sorte, já que o número de visitantes é restrito. Por mais que eu tenha planejado a viagem, não conseguimos para os dias necessários. Então, melhor a opção da agência do que ficar sem a visita.
Avaliação da agência Zani Viaggi (Live Milano)
Para ter acesso ao Cenacolo, a agência exige que você compre um tour completo (chamado Grand Tour Milano), que pode ser interessante para situar o visitante em Milão num primeiro momento. Não precisávamos necessariamente dessa orientação, pois já havíamos nos situado bem no pedacinho entre o Duomo e o Castello. No entanto, sou do tipo que prefere ver o lado bom: sempre há uma ou outra informação a mais.
Agora, o que chateou mesmo foi o tratamento na agência. Fomos lá na quarta-feira para reservar o passeio para a quinta. Cheguei perguntando sobre o tour e a funcionária, com a maior carranca do mundo, simplesmente me disse: "it is sold out". Ok, está esgotado. Perguntei: "for all the week? . Ela simplesmente continuou com a mesma cara de "não me enche o saco". Percebendo a má vontade dela, mas não querendo desistir do Cenacolo, apontei no folder o passeio do dia seguinte (que incluía guia em inglês e português) e ela disse que havia disponibilidade e vendeu os ingressos, com a mesma má vontade. Absurdo, não? A gente paga para ter esse tipo de tratamento. Ainda tentei me informar melhor sobre o roteiro, mas ela simplesmente apontou no folder a lista dos lugares a serem visitados, em português. Santa Maria da Graça!!! Ela julgou que eu não soubesse ler os nomes dos lugares em inglês? Caberia a ela julgar? O que eu queria era uma informação complementar, não a lista de lugares. Queria saber, por exemplo, quais locais incluíam visitação interna e quais veríamos só por fora.
Na área de comunicação, em que atuo, a gente costuma dizer que isso é péssimo atendimento ao cliente. Quem sabe se a agência soubesse que tem atendentes assim poderia tentar melhorar.
O Grand Tour Milano custou 65 Euros por pessoa. Para comparação, no ingresso do Cenáculo, consta o valor de 6,50 Euros. Como é difícil para um pobre mortal adquirir o ingresso, quem ganha é a indústria das agências.
Os detalhes que não informaram pessoalmente, conto a seguir.
Sobre o passeio
Como disse, sou do tipo que prefere focar no lado bom.
O tour foi de ônibus com guia dando informações em inglês e português. Ao contrário da atendente do balcão, a guia era simpática e informada. Como o grupo era grande, utilizávamos um rádio.
A primeira parada foi na Galleria Vittorio Emanuelle, onde a guia contou algumas curiosidades, como a do ritual do touro (que eu já havia feito no primeiro dia). Deu-nos 15 minutos para conhecer o interior do Duomo, o que aproveitamos para fazer. A entrada no Duomo é gratuita, mas pagamos uma pequena taxa para obter a pulseira que dá direito a fotografar o local.
Interior do Duomo
De lá, fomos a pé ao Teatro Scalla, que fica do outro lado da Galleria, oposto ao Duomo. O teatro corresponde à fama de surpreender: não diz muito por fora, mas é bem bonito por dentro. A parada no teatro incluía visitação interna, com acesso ao museu, o que foi bem legal.
Detalhe da decoração do Teatro Scalla
Palco de grandes óperas
Do acervo do museu:
La Facciata del Teatro Alla Scala
Angelo Inganni, 1852
Depois do Teatro, seguimos para o Castello Sforzesco, somente por fora (essa era uma dúvida que eu gostaria de ter tirado no momento da compra do pacote, se incluía o ingresso para acesso interno. Não inclui.).
Enfim, o tão esperado momento de ver de perto o Cenacolo Vinciano.
Fachada da Basilica di Santa Maria delle Grazie - na qual está a obra de Da Vinci
O que há de tão especial em ver a pintura mais conhecida como "Santa Ceia" é que você a encontra no local para onde ela foi feita: na parede do antigo refeitório dos monges dominicanos. Ela é imensa, ao contrário da pequena Mona Lisa do Louvre - o que, para mim, é divertido, já que, por alguma razão, na infância, gravei na imaginação uma Mona Lisa grande e uma Santa Ceia pequena :) provável influência das representações da Santa Ceia nas casas de família. Quanto à Mona Lisa, coisa da imaginação, mesmo.
Quem dera soubessem, na época, que a obra seria tão famosa. Como a pintura foi feita atrás da quentura da cozinha - ai ai ai - uma das mais célebres obras de toda a humanidade correu sérios riscos quanto à sua preservação.
Não me cansei de passar um bom momento observando-a, bem como seus detalhes, a exemplo das mãos pintadas por Da Vinci.
Influenciada pelo filme O Código Da Vinci, não pude deixar de achar João com cara de menina. E também estava curiosa para espiar de perto a cara traidora de Judas.
Concordo com meu amigo Rodrigo Piscitelli sobre a emoção desse encontro com Da Vinci (indescritível, mas que ele bem narra aqui). Eu estava tão ansiosa para ver a obra que não prestei atenção nas tantas portas de acesso, mas, como meu amigo, voltei o olhar ao final para despedir-me da imagem e gravá-la o máximo possível em minha mente.
Sobre o local ser simples para tão rica obra, parece-me uma feliz coincidência que só a valoriza.
Não é permitido tirar foto no local (e de nada adiantaria mesmo, uma foto não se compara à obra original). É tanta expectativa por Da Vinci que a pintura a sua frente fica ofuscada, mas também é interessante: The Crucifixion, de Donato Montorfano.
Claro que eu trouxe o livro sobre o Cenacolo, na esperança de encontrar algumas horas para estudá-lo mais a fundo.
* * *
Texto: Érika de Moraes
Fotos: arquivo pessoal de Érika & Ronaldo
Oi, Flávia
ResponderExcluirMeu nome é Kelly Shimohiro. Parabéns pelo trabalho e dedicação à arte.
E como você, também tenho alguns poemas e versos publicados na Tribo deste ano.
Li o seu, e quem não precisa de tempo? De poesia? De reflexão?
Eu escrevi um livro. Minha irmã, Dany Fran, que também está na Tribo, também escreveu. E juntas, temos um site,http://irmasdepalavra.com.br/
Quero te convidar para conhecer o nosso site, os nossos livros. Quem sabe, trocamos figurinhas? Lá, também tem um espaço para quem quiser publicar um texto, ou um poema, pensamento... Vai lá!
Esperamos por você.
Um beijão
Kelly Shimohiro