Ruínas do Carmo ao entardecer

É seu primeiro dia em Lisboa e você está cansado ao chegar do voo ou, caso venha de outra cidade da Europa, de trem. O que fazer para aproveitar esse finzinho de dia preguiçoso, mas que você não quer desperdiçar dormindo no hotel?

Aí vai a dica!
Faça um primeiro e descompromissado passeio pela Rua Augusta, também chamada Rua do Comércio, para ver o famoso arco e as diversas opções de lojinhas.
Como nosso hotel ficava perto da Praça Marquês de Pombal, começamos a caminhada desde lá, a pé, para namorar o caminho (e, por que não, também no caminho?), passando pela também famosa Praça do Rossio.

Vista da Avenida da Liberdade, a caminho da Rua Augusta. Cores e luxo. 

E no meio do caminho, tinha D. Pedro I, meu herói-vilão

O célebre Arco da Rua Augusta. Há quem diga que é mais bonito que o Arco do Triunfo, de Paris, mas eu acho que essas coisas não se comparam

As Ruínas vistas da parte baixa da cidade

E o Castelo de São Jorge visto das Ruínas

Aproveite que é fim da tarde e vá até as Ruínas do Carmo, aonde você pode chegar caminhando (para ser mais precisa, subindo um ladeirão típico português) ou, se preferir, pelo elevador da Santa Justa.

As Ruínas ficam lindas ao entardecer, é um excelente horário para ir até lá, especialmente se você gostar de tirar fotos. Vamos entrar?






Agora, vamos relembrar a história dessas ruínas

Não, elas não foram sempre ruínas. Um dia foram Igreja. A Igreja do Convento do Carmo, construção do século XIV em estilo neogótico. Lá ainda jazem religiosos em suas sepulturas.
Só que foram devastadas pelo terremoto de 1755 e o que restaram foram as ruínas: arcos e pilares da nave.
Triste história, mas História. Em vez de reconstruir a Igreja, ficam as ruínas a relembrar o quanto a humanidade pode ser pequena diante da força natureza.

O fenômeno de 1755 pegou o povo português desprevenido e devastou milhares de construções, sem falar nas mortes de pessoas. Porém, segundo conta Laurentino Gomes no livro 1808, serviu para o povo arregaçar as mangas e se reerguer, resultando, curiosamente, em um "surto de modernidade" em um país que parecia, até então, deitado em berço esplêndido.

São as tais grandes reerguidas que se fazem das dificuldades...

Hoje, as Ruínas são melancólicas como o fim de tarde. E, sobretudo, de sua delicadeza, emana a sua força. Afinal, apesar da devastação, vejam só como as estruturas essenciais estão firmes.

* * *

Depois de visitar as Ruínas do Carmo, uma volta pelo Chiado, onde tive um encontrinho com o Fernando Pessoa, cuja estátua fica em frente ao café A Brasileira.


Para finalizar, vou contar um segredinho. Lembra que mencionei, lá no começo, que tem um ladeirão entre a Rua Augusta e a parte do Chiado e Largo do Carmo? Então, para ir e vir esse caminho, há uma opção prática, divertida e curiosa... a super escada rolante subterrânea do metrô! Útil para quem já viu a paisagem externa e quer cortar caminho.



* * *
Texto de Érika de Moraes
Fotos: arquivo pessoal de Érika & Ronaldo

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